Introdução: Há uma nebulosidade conceitual para definir a convivência de diversas culturas, o que dificulta a adoção de qualquer medida pelo Estado para facilitá-la. Isto é, verifica-se não haver unanimidade quando se faz a definição de alguns conceitos, tais como multiculturalismo e interculturalismo, o que dá origem às dificuldades de compreensão e de construção do espaço de convivência cultural. Objetivo: Apontar a necessidade de se construir um conceito que represente a convivência cultural no Brasil. Metodologia: Pesquisa bibliográfica, utilizando o método hipotético-dedutivo. Resultados: Os termos multiculturalismo e interculturalismo são utilizados ora como sinônimos, ora como contrários e seriam um importante aporte teórico para as decisões vinculadas à convivência entre culturas distintas, mormente minorias existentes no meio de sociedades aparentemente homogêneas. E como eles, na verdade, não conseguem traduzir uma solução, busca-se outro conceito que possa definir, no Brasil, essa convivência intercultural. João Maria Bernardo Ascenso André sugere o termo mestiçagem, pois traduz a experiência de tecer uma convivência, sem que haja fusão, nem separação das culturas, um meio caminho entre o ser e o não ser, “IN BETWEEN”, com referência ao reconhecimento de pertenças múltiplas que compõem as influências na trajetória de cada indivíduo, fazendo com que inexista um nós e um eles, em uma junção ligada pela solidariedade e que melhor responderia à necessidade de um diálogo intercultural. Conclusão: A ausência de um conceito brasileiro que traduza essa mistura cultural dificulta o desenvolvimento de projetos estatais para facilitar a convivência entre elas e a criação desse conceito poderia facilitar o diálogo cultural e possibilitaria a criação de nome-significado que propicie uma maneira de conviver e viver com a diferença.