Última alteração: 2014-08-29
Resumo
Introdução: Este estudo tem como referência o projeto de investigação internacional BIOHEAD-CITIZEN que considera que a relação entre ciência e religião varia fortemente entre um país e outro. Objetivo: A proposta do referido estudo argumenta que essa variação pode ocorrer até mesmo de uma região para outra. Metodologia: A pesquisa foi realizada com alunos dos cursos de Ciências Biológicas e Pedagogia no Centro Universitário de Formiga - MG e teve como instrumento de coleta o questionário do projeto que contém 144 questões, sendo dez das quais referentes à evolução biológica e religião. Os dados obtidos a partir da questão A51-ciência e religião deveriam estar separados, foram submetidos à análise estatística de Qui-quadrado de Pearson e transformados em gráficos e tabelas. Para a análise da pergunta em questão foram consideradas, também, as quatro categorias, conflito, independência, diálogo e integração, sugeridas por Ian Baubour, na tentativa de organizar o debate entre ciência e religião e suas formas de ocorrência. Resultados: Os resultados obtidos apresentaram índices distintos entre os dois grupos, com um maior percentual de concordância entre os alunos de Pedagogia. A partir desses resultados, podemos considerar que os alunos de Pedagogia se adequam melhor à categoria conflito e/ou independência, sendo as categorias diálogo e/ou integração melhor acomodadas pelos alunos de Ciências Biológicas. Em geral os resultados obtidos comprovam que o índice de respondentes criacionistas é superior aos de evolucionistas. No entanto, não foi encontrada uma equidade entre os grupos. A priori, os alunos de Pedagogia se mostraram mais criacionistas, no entanto, esse índice não se manteve em todas as questões analisadas. Conclusão: Conclui-se que a relação entre ciência e religião varia até mesmo de um grupo para o outro, havendo entre esses alunos um convívio distinto entre as duas vertentes, desde acomodações, aceitações e rejeições. Os resultados obtidos entre os alunos de Pedagogia mostraram-se preocupantes, sendo que os mesmos apresentaram uma maior rejeição à visão científica. Esses conflitos pessoais poderão, eventualmente, ser passados para seus alunos, sendo pedagogos responsáveis por apresentar os primeiros conceitos de evolução nas aulas de ciências.