Introdução: A alfabetização é uma das etapas mais importantes da vida escolar, e precisa ser acompanhada de perto pelo professor, por abrir as portas para o processo da aprendizagem do aluno, auxiliando-o a tomar posse da sua própria identidade. Em decorrência da pandemia de Covid-19, as escolas implantaram o ensino remoto de forma emergencial, repassando aos pais/responsáveis o desafio do acompanhamento da execução das atividades enviadas às crianças, trazendo grandes preocupações em relação à continuidade do processo de alfabetização. Objetivo: Identificar, na visão dos pais, a eficácia do ensino remoto no processo de alfabetização de crianças do 1° e 2° anos das séries iniciais do ensino fundamental em escolas públicas do município de Formiga-MG. Material e Métodos: O trabalho tem caráter exploratório e foi desenvolvido pelos bolsistas do núcleo de alfabetização do PIBID/UNIFOR. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário online com questões objetivas e descritivas, versando sobre o ensino remoto no processo de alfabetização. Resultados: 60 pais/responsáveis por alunos do 1° e 2°anos das séries iniciais do ensino fundamental de três escolas públicas responderam ao questionário. Os dados revelaram que 51,7% dos respondentes consideram as atividades enviadas pela escola excessivas. Sobre o comportamento das crianças diante das atividades enviadas pelos professores, 71,7% relataram que elas apresentam resistência, mas realizam as atividades propostas. Quanto ao nível de dificuldade apresentado durante a execução das atividades, 81,7% apontaram que as crianças não conseguem realizá-las sozinhas. Quanto ao auxílio na execução das tarefas, 65% relataram ter participação ativa, bem como, tempo disponível para o acompanhamento. Conclusão: Embora os pais reconheçam o esforço da escola e dos professores no preparo e envio do material e tenham se desdobrado para que os educandos continuem evoluindo na leitura e na escrita, a preocupação com as consequências na interrupção do processo de alfabetização na modalidade presencial é evidente. Por não serem professores e não apresentarem formação específica, eles nem sempre conseguem realizar a mediação necessária, “pulando etapas” fundamentais a uma efetiva alfabetização.