Última alteração: 2022-12-20
Resumo
Introdução: A pandemia de Covid-19 se disseminou rapidamente por todo o mundo, principalmente durante os anos de 2020 e 2021, causando milhões de mortes. Isto exigiu um grande esforço para a contenção e prevenção da doença. A ciência conseguiu desenvolver vacinas rapidamente e a pandemia foi controlada. Contraditoriamente, essa resposta rápida suscitou dúvidas em relação à eficácia e a segurança desses imunizantes, o que gerou a difusão de diversas notícias falsas. A linha de pesquisa é Sociedade, Educação e formação humana. Objetivos: Analisar a opinião de uma amostra de professores de ciências sobre “Fake News” em relação a Covid-19. Metodologia: Foram utilizados dois amplos questionários que versaram sobre os hábitos em redes sociais dos inquiridos e suas opiniões sobre notícias científicas falsas. Nesse recorte foram analisadas as questões relativas à pandemia, que abordaram o risco de vacinas que foram produzidas rapidamente, sobre a origem do vírus SARS-CoV-2 e sobre a existência de medicamentos contra a Covid-19 que não seriam divulgados por governos e indústria farmacêutica. Resultados: Quase um quarto dos professores de ciências não tem opinião sobre essas questões, de uma forma geral. Um quarto dos professores acreditam que existem remédios omitidos contra a Covid-19. A maioria dos professores inquiridos busca informações sobre Covid-19 através da internet e das redes sociais. 63% dos docentes de ciências não concordam que as vacinas da Covid-19 são mais perigosas, pois teriam sido produzidas de forma muito rápida, mas 12% dos professores acreditam que essas vacinas são mais perigosas. 31% dos professores não têm opinião sobre a hipótese de que o vírus da Covid-19 tenha sido criado intencionalmente em um laboratório chinês. Conclusão: O percentual é alto de professores de ciências que não opinam sobre o tema, nos alertando para uma possível vulnerabilidade em relação às fake News. A maioria dos professores buscam informações fora dos meios tradicionais, aumentando a possível exposição e concordância dos docentes às notícias falsas. Será necessário continuar essa investigação para entender melhor como essas percepções dos professores chegam à sala de aula e influenciam nas aulas, pois esses profissionais são os primeiros a apresentarem a ciência às crianças.