Última alteração: 2022-12-20
Resumo
Introdução: Houve um grande desenvolvimento da ciência sobre a infectologia e a epidemiologia da pandemia da Covid-19, que culminou na descoberta de diversas vacinas. Essas vacinas foram eficazes e controlaram a disseminação do SARS-CoV-2. Por outro lado, ocorreu a difusão de notícias falsas sobre a doença, especialmente na internet e nas redes sociais. Considera-se que os professores e Ciências podem ser importantes agentes na contenção dessas Fake News, pelos seus saberes e capacidade de informar os alunos. Objetivos: Analisar a opinião de uma amostra de professores de ciências sobre “Fake News” em relação a Covid-19 no Brasil, Colômbia e México. Metodologia: Foi utilizado um questionário em três países latino-americanos, que versou sobre os hábitos em redes sociais dos inquiridos e suas opiniões sobre notícias científicas falsas. Nesse recorte, foram analisadas as questões relativas à Fake News sobre a pandemia, que abordaram, a origem laboratorial do vírus SARS-CoV-2, o risco de vacinas que foram produzidas rapidamente, e sobre a existência de medicamentos contra a Covid-19 que não seriam divulgados por governos e indústria farmacêutica. Resultados: De uma forma geral, os professores dos três países discordaram das afirmações relativas à origem intencional do vírus e ao risco maior das vacinas contra a Covid-19. No entanto, as respostas estão divididas sobre a existência de remédios eficazes e que essa informação seria negada à sociedade. O índice de professores nos três países que não têm opinião sobre as questões foi alto. Também foi detectado que os professores se informam muito por meio da internet e das redes sociais. Conclusão: A ausência de opiniões por parte dos professores sobre as questões e o acesso frequente à internet e às redes sociais, pode indicar uma vulnerabilidade desses profissionais ao fenômeno das Fake News científicas. Isso também pode estar ocorrendo em relação a medicamentos sem eficácia, e essa amostra qualificada parece levantar dúvidas sobre o tema. Será necessário dar continuidade aos estudos para verificar como a desinformação chega até às aulas e como poder-se-ia enfrentar a questão. Fica evidenciada a importância da formação continuada desses docentes.