Introdução: A leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários da família Tryponosomatidae, do gênero Leishmania. No Brasil, a espécie Leishmania braziliensis é a mais frequente e amplamente distribuída. A infecção humana por Leishmania braziliensis pode levar ao desenvolvimento das formas clínicas; cutânea e mucosa. Objetivo: Neste trabalho, comparou-se lesões de pacientes com leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa, com o objetivo de avaliar a apoptose como possível mecanismo envolvido nos diferentes padrões de progressão das lesões de pacientes com leishmaniose cutânea e mucosa causada por infecção por L. brasilienses. Metodologia: Para a realização deste projeto foi utilizada a técnica de microscopia confocal e as imagens foram analisadas pelo programa ImageJ. Resultados: Observou-se um infiltrado inflamatório mais intenso, um maior número de células expressando IFN-gama e granzima A em lesões de pacientes com leishmaniose mucosa, em relação aos pacientes com leishmaniose cutânea.  Além disso, observou-se um maior número de células CD4+ e CD8+ em lesões de pacientes com leishmaniose mucosa. Esses dados suportam a ideia da existência de uma resposta inflamatória exacerbada em lesões de pacientes com a forma mucosa, em relação às lesões de pacientes com a forma cutânea. Estudou-se ainda a composição celular e a expressão de citocinas em lesões de pacientes com leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa. Os resultados mostraram um maior número de células mononucleares e um maior número de células expressando caspase 3 em leishmaniose mucosa que pode estar associada com a destruição mais elevada do tecido nesses pacientes. Conclusão: Tomados em conjunto, os resultados mostram a importância da resposta imunológica na imunopatologia da leishmaniose, indicando que a leishmaniose mucosa está associada a uma hiperatividade imunológica, caracterizada pela abundância de citocinas inflamatórias e mediadores de destruição tecidual.